quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Enquanto uns querem ser europeu, outros querem ser brasileiro.


26/11/2009 - 07h03

Perto de naturalização, Shamell já sonha em Mundial-2010 pelo Brasil

Jorge Corrêa
Em São Paulo
No Brasil há quase seis anos, o ala norte-americano Shamell está próximo de se sentir ainda mais em casa no país. Atualmente no Pinheiros, o jogador de 28 anos está perto de conseguir a naturalização brasileira. “Acabei de ganhar meu visto de permanência e já fui no consulado para tirar o passaporte. Deve sair nos próximos meses”, explicou.

UM HOMEM DO GOLFE E DA FAMÍLIA

  • Praticamente brasileiro, Shamell garante que não teve problemas para se adaptar ao país. O segredo? A cordialidade de seu povo. E um pouco mais. “Com minha personalidade, consigo me adaptar a qualquer coisa ou lugar. Aqui tem comida boa, as pessoas são boas, as mulheres são bonitas...”, disse, sem esconder o sorriso no canto da boca. “Todo mundo aqui tem a mente boa. Se você precisa de alguma ajuda, pode pedir para qualquer um. É incrível isso. É um país muito bom, muito legal.”

    Quando não está em quadra, treinando ou defendendo o Pinheiros, o ala não deixa o esporte de lado, mas sua maior paixão é a família. “Jogo muito golfe, que é meu segundo esporte. Também jogo xadrez, videogame, brinco bastante com meus filhos. Sempre que tenho um tempo livre, estou com eles. Tenho gêmeos, que estão com dois anos: Shamellzinho e Jordan”, afirmou, mostrando sua homenagem diferente ao ex-camisa 23 do Chicago Bulls.
Conhecido por sua habilidade para infiltrar nas defesas adversárias e de dar passes precisos para seus companheiros, Shamell Jermaine Stallworth vem brilhando no basquete brasileiro nos últimos anos – por Araraquara, Paulistano, Limeira e agora Pinheiros – e quer ir mais longe nesse momento. Com seu passaporte verde e amarelo perto de sair, agora ele quer defender as cores do país. A seleção brasileira é a meta.
“Chegar à seleção é parte de um processo que começa agora, conseguindo o passaporte. Depois preciso ser chamado para treinar com o grupo e então brigar por uma vaga na equipe que vai para os torneios, como o Mundial”, disse Shamell ao UOL Esporte. “Já existe uma equipe formada, então eu precisaria brigar para tirar alguém de lá. Mas conversei com o Moncho [Monsalve, técnico da seleção] uma vez e ele pareceu gostar de mim.”
Por esse seu objetivo, o ala do Pinheiros não tem problema em se autopromover: acredita que realmente pode  ajudar a seleção brasileira. “O time é forte. O que precisa, quando chega uma competição grande, é ir com mais ímpeto, com mais vontade de ganhar. É nessa hora que acho que posso ajudar. Não tenho medo de nada, meu estilo de jogo e minha vontade podem ajudar muito a equipe.”
Mas não foi sempre que o basquete brasileiro empolgou o norte-americano. Com passagens pela Universidade de São Francisco, Sacramento Kings, e NBDL [Liga de Desenvolvimento da NBA], Shamell acredita que apenas agora o esporte está entrando nos eixos no país. “Os dois últimos anos não tiveram muitos problemas. Essa nova liga nacional [o NBB] fez melhorar muito as coisas. Esse ano terá 25 ou 20 estrangeiros.”
Quando questionado sobre o que poderia ser feito para um crescimento ainda maior, foi contundente. “Falta investimento. É preciso que as pessoas e as empresas invistam no basquete assim como eles investem no futebol e no vôlei, por exemplo, aqui no Brasil. Mas estamos no caminho certo. Nos últimos dois anos, vieram mais estrangeiros. O que não pode acontecer é um retrocesso. Precisamos continuar sempre subindo”, completou.

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